
Entre a primeira participação do Brasil acontecida nos Jogos da Antuérpia em 1920 e a primeira medalha de uma mulher ( no caso duas duplas no Vôlei de Praia ) em Atlanta 1996, as mulheres percorreram um longo caminho. Participações heroicas como de Piedade Coutinho em Londres 1948 ou o de Maria Lenk em Berlim 1936 ( ambas na Natação ) ou ainda o feito sem precedentes de Aida dos Santos em 1964 em Pequim ( 4ª colocação ) no salto em altura recebendo dicas de concorrentes e quase beliscando o bronze.
Elas penaram. E muito, sem estrutura, sendo segregadas e se os homens mal conseguiam apoios em seus esportes, imagina elas. Em Atlanta, tudo mudou. Jackie e Sandra foram ouro, com Mônica e Adriana ficando com a prata. Nos mesmos jogos os times de Vôlei e o de Basquete conseguiram medalhas: bronze e prata respectivamente. E a partir daí elas não pararam mais.
E vieram os jogos de Paris, que se encerraram hoje. O Brasil conseguiu "apenas" 3 medalhas de Ouro, todas com mulheres:
Beatriz Souza - Judô, categoria pesado;
Rebeca Andrade - Ginástica Artística, Solo;
Ana Patrícia e Duda - Vôlei de Praia.
Das 20 medalhas conquistadas, 12 foram conseguidas por mulheres e uma outra foi meio-a-meio, a por equipes no Judô ( são 3 de cada gênero ). Isso coloca que elas conseguiram 12,5 medalhas e os homens 7,5. Nada mal... E pela primeira tivemos mais mulheres nos jogos do que homens. O que já por si só sintomático.
Se pegarmos o total de Medalhas, o Brasil ficou em 12º lugar. Usando o sistema tradicional de ouros, ficamos em 20º. Depois de conquistar 7 ouros por dois jogos seguidos, regredimos agora. Tivemos várias oportunidades perdidas, o que é comum, mas algumas das pratas foram mais do que grandes surpresas, como a do Futebol. Por outro lado, cair 1 medalha no total das conquistas jamais pode ser considerado um fiasco.
Agora é pensar em Los Angeles 2028 e teremos 4 longos anos para pavimentarmos um caminho para uma grande participação. E se as mulheres derem show novamente será muito bem vindo.
Comments