Pachequismo. O termo foi cunhado a partir de um personagem criado, pela Gillette para a Copa de 1982. Abaixo, uma foto da figuraça:
O personagem caiu nas graças dos torcedores, porque era super "otimista" e defendia o Brasil e os jogadores sob quaisquer circunstâncias. Chegou até viajar com a Delegação pela Espanha. A ponto de que se chegou a cogitar que ele virasse o "mascote" oficial do time da CBF. A tragédia do Sarriá, em vias de completar 40 anos, mudou tudo.
Pachequismo, desde então, é sinônimo de torcedor cego, que acredita que o Brasil poderia ter vencido todas as Copas. E que não as venceu porque em alguns momentos deu vacilos, não porque outros foram melhores. Assim existe explicação para tudo: de água batizada ( 1990, Itália ), problemas no nervos ( 1954, Suíça ) ou a bagunça de Weggis ( 2006, Alemanha ). Para os "pachecos", em todas as Copas o Brasil é o único favorito.
Pouca importa se em 1974 houvesse um Carrossel Holandês, em 1954 o exército Maggiar ou um Obdúlio Varela no Maracanazo. Para todos, muitos até hoje, o time da Azzura em 198w era um time de peladas, o que não passa nem perto da verdade. Ignoram a genialidade de um Maradona ou Zidane ( duas vezes ) ou equipes bem treinadas e com bons jogadores. Para os Pachecos, sempre perdemos para nós mesmos.
Dito isso, voltamos a pergunta do título do post: somos favoritos para a Copa no Qatar? Para mim, não. O time de Tite teve pouca, ou quase nenhuma, exposição a grandes confrontos. E quando teve, não foi bem. Não custa nada lembrar que vem de derrota contra a Argentina na final da Copa América do ano passado. E no mais, vitórias contra times da América do Sul ou amistosos contra Seleções de nível inferior.
A equipe será, portanto, testada em plena Copa do Mundo. E o grupo no qual caiu passa longe de ser fácil, com adversários duro e que podem complicar. Além disso, não custa lembrar, a última grande atuação do Brasil em Copas, para ser bem sincero, foi contra a Holanda... em 1998!!! De lá para cá, alguns lampejos de bons momentos, mas grandes partidas, daquelas espetaculares... não teve.
Nem mesmo em 2002, onde o time passou na conta do Chá na maioria dos jogos e, não fosse um "são" Marcos estupendo, nem Penta seríamos diante da Alemanha naquela final onde Oliver Kahn terminou por ser vilão. Em 2006 foram partidas bizonhas e na seguinte, o time de Dunga era tão feia quanto o treinador e seu futebol quando jogador. Em 2014 o time era todo torto e na passada não teve nenhuma partida sequer razoável .
Temos chances de vencer a Copa? Claro que temos. Mas daí a sermos, sequer, um dos 3 maiores favoritos vai uma grande distância. E a falta de grandes duelos contra times fortes, é o maior deles. E eu tenho sérias restrições a capacidade de Tite em superá-las. Ele já falhou em 2018 e na Copa América do ano passado. Conseguirá fazê-lo no Catar? A Conferir. Mas sem Pachequismo, por favor.
Comments