Liderança anima, mas situação em Estados chaves e Argentina preocupam muito Lula e o PT.

Todas as eleições desde 1989 tiveram Lula presente. Seja como candidato ( disputará seu sexto pleito ) ou como apoiador. Na última estava, merecidamente, preso e somente por causa de uma reação dos corruptos contra a Lava Jato é que disputará este ano. Decido recall e desconhecimento lidera as pesquisas, mas um sinal vermelho ( contém ironia ) está ligado: a vantagem tem sistematicamente caído em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde quem se elegeu saiu vencedor no voto popular desde 1960.
Mas um outro fator começa a tirar o sono do comando de campanha petista: o desastroso Governo de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner. Aliados de primeira grandeza do PT e, sobretudo, de Lula, o país vizinho vive o caos, com a inflação projetada de 70%. Aqui uma de 11% tirou popularidade Bolsonaro, imaginem uma sete vez maior. Acontece que Lula e o PT pretendem implementar as mesmas medidas que levaram os argentinos aos desastre: aumento dos gastos e da dívida.
Se Lula disser que não fará isso, perde apoio entre os eleitores que esperam a volta do ( mentiroso ) segundo Governo dele, que justamente fez explodir a dívida interna e plantou as bases da atual crise. Se disser que fará o mesmo que Fernandez... perde apoio entre os eleitores mais liberais que podem fazer a diferença. Por isso mesmo a campanha do PT está querendo se distanciar de Fernandez e o desastre no vizinho.
Problema é: tem como apagar as fartas provas, como a foto deste post?
Com um vice que mais atrapalha que ajuda, Bolsonaro não tem a menor ideia de como virar o jogo

O Presidente Jair Bolsonaro fez sua convenção hoje, que confirmou Braga Neto na vice. Um nome que não agrega nada e que ao contrário tira votos e apoios. Mas Bolsonaro o escolheu porque entende que, se eleito, isso serviria como um seguro anti-impeachment.
Mas esta não é a única preocupação dos aliados: Bolsonaro faz exatamente o oposto do que os estrategistas sugerem. Ele segue apenas sua própria intuição e a seus filhos, sobretudo Carlos. O discurso dele é a maior disso, ao insistir em teorias conspiratórias. Sem uma política econômica ou de combate as desigualdades ele insiste em uma pauta que parece não agradar ao eleitorado em 2022.
Ademais, o sentimento anti-bolsonatista tornou-se tão grande quanto o anti-petismo e isso afasta eventuais apoios, com poucas chances de agregar partidos. Soma-se a isso o fato de que inúmeros casos de corrupção eclodiram e o discurso de anti-corrupção também não serve mais. O que alenta é o citado como "preocupante" para Lula. Mas pode ser insuficiente, sobretudo se Bolsonaro seguir dando tiros no pé.
Com discurso bom, mas num formato que não agrega, Ciro é candidato de si mesmo.

Ciro é candidato pela quarta vez. Em 1998 tentou furar a bola do FHC x Lula, não deu. Em 2002 chegou a quase liderar a disputa, mas caiu numa armadilha na Bahia e terminou em quarto. Em ambos os casos, este Blogueiro votou nele. Em 2010 foi rifado por Eduardo Campos, quando estava no PSB. Em 2018 tentou ser o anti-Lula mas foi engolido por Haddad, quando as pesquisas mostravam que ele derrotaria Bolsonaro e o poste de Lula não.
Agora ele tenta pela quarta vez. E mais uma vez estará, praticamente, sozinho. O PDT tende a ter uma Chapa pura, o que passa bem longe de ser bom para uma candidatura nacional. E fica pior: em vários Estados nem palanque terá. O discurso de Ciro é perto do que o Brasil precisa, exceto a parte que reforça o Estatismo. Justamente por isso não cativa eleitorado a Direita e nem a Esquerda.
Ciro é, dentre os 3, a melhor opção. Por muito. Mas é por isso que mais uma vez não chegará nem perto do segundo turno...
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