A imagem acima é do gol de Neeskens, em uma das partidas mais violentas da história dos Mundiais. Onde quem bateu pra valer foi o... Brasil!!! Com direito a duas expulsões do nosso lado.
Mas o desastre do Brasil naquela Copa começou bem antes. Até 1970 o talento era inegável no time brasileiro e não era apenas com Edson Arantes do Nascimento, que se aposentara pela Seleção 3 anos e - oficialmente - estava aposentado como atleta durante a Copa realizada na Alemanha Ocidental. Nomes como Gérson, Tostão, Carlos Alberto não mais estavam na Seleção. E Zagallo, o mesmo treinador, resolveu levar seus "jogadores".
O time que foi tentar o Tetra era um tanto quanto torto. O goleiro era o garoto de 1970, Emerson Leão, seguramente o melhor goleiro do Brasil a época atuando pelo Palmeiras. A partir daí é que começavam os problemas. Na direita as opções eram Nelinho e Zé Maria, enquanto que na esquerda eram Marinho Chagas e o tri Marco Antônio. Na Zaga todos eram novatos em Copas: Marinho Perez, Luiz Pereira e Alfredo Mostarda, com Piazza sendo deslocado caso existisse necessidade. A defesa tomou apenas 4 gols, o que poderia ser um bom desempenho, mas não foi.
No meio, para marcação além de Piazza o outro nome merece muito respeito: Carpegiani. Depois, tinha Rivelino e Ademir da Guia e... bom, um verdadeiro monte de jogadores bons, mas que jamais deram liga por melhores que fossem. Paulo César Caju era outro tri, que não foi bem na Copa. Dirceu era jovem e também não foi muito bem.
No ataque é duro de acreditar que César Maluco foi a Copa. E Valdomiro do Inter? Jairzinho jogou mais no nome que fez na Copa do México. Mirandinha e Leivinha não eram ruins, mas praticamente nada fizeram. Aliás, deste time quase todos jogaram, menos os goleiros reservas e o atacante Edu. Parecia um combinado de Palmeiras e Botafogo. E muito mal montado.
Com uma nova Taça em disputa, o Brasil foi o primeiro campeão a abrir a Copa. E era melhor não ter feito, porque o 0x0 em Hannover foi feio demais. Depois o Brasil repetiu o placar contra Escócia e somente na terceira partida contra o deplorável Zaire é que marcamos: 3x0. Passamos de fase na conta do chá. E o grupo seria bem ruim: Alemanha Oriental, Argentina e uma tal de Holanda.
Contra os Alemães do lado Socialista, 1x0 gol de Rivelino. Lado bom? Marcamos gol e não levamos. Depois 2x1 contra os rivais argentinos não nos deu vantagem para decidir contra os holandeses em Dortmund, mas o Brasil dependia somente de si... e ai começou o fiasco.
Zagallo disse que a Holanda não era nada demais ( mesmo que estivesse clara uma revolução em andamento ) e que parecia com o América-RJ dos anos 50, o tal "tico-tico no Fubá" ou que eles é que precisariam respeitar o tri campeão mundial. Excesso de empáfia? Não, falta de conhecimento mesmo do Futebol, algo que sempre perseguiu o Velho Lobo.
Em campo, um time mal montado e mal treinado abriu a caixa de ferramentas e bateu. Leão fez dois milagres para manter a igualdade no placar. E sendo bem sincero, Jairzinho e Paulo César Caju tiveram bolas para abrirem o placar, mas desperdiçaram. Até que Neeskens fez o 1x0 na imagem que ilustra este post. Um certo Cruijff faria o 2x0 e os campeões sairiam derrotados, humilhados e destroçados.
E não terminaria ai o Vexame. Depois de passar em branco duas partidas e marcar em 3, o Brasil encerraria aquela Copa com mais uma derrota, 1x0 para a Polônia, do artilheiro Lato, que fez o gol da decisão. Alguns podem alentar que em 1990 foi pior, mas o Brasil fez gols nas 3 partidas da fase de grupos e jogou MUITO melhor que a Argentina na eliminação em Turim.
Aquela Copa deveria ser o fim da carreira de Zagallo pela Seleção... mas ele voltaria para mais uma Copa como Treinador em 1998. E seria salvo por Romário em 1994 quando era Coordenador. E ainda voltaria para o mesmo Cargo em 2006, atuando mais uma vez ao lado de Carlos Alberto Parreira. E ai temos outro fiasco, mas isso fica para outro post.
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