
A imagem acima é do dia em que o primeiro presidente eleito desde o Golpe de 1964 foi afastado, via Impeachment. Fernando Collor de Melo, ao lado de sua Rosane, saiam do Palácio do Planalto seguido de alguns poucos assessores, porque a imensa maioria já o largara fazia tempo. O Processo todo, entre aceitação do pedido de Impeachment, da votação na Câmara ( 441 x 33 ) e a determinação de afastamento pelo Senado, teve 31 dias. A foto é do dia 02 de Outubro de 1992, véspera das Eleições Municipais daquele ano.
O atual Presidente, Lula, foi o maior interessado no Impeachment de Collor. Perdera para ele em 1989 e contava que, com seu impedimento, uma eleição fosse convocada, mas... o Vice, Itamar Franco tinha outros planos. E comandou o País pelo restante do Mandato, sem que ninguém o acusasse de ser Golpista. Afinal, o PT estava do lado que pediu o Impeachment. Como fizera com Sarney e faria com FHC, Temer e Bolsonaro. Sempre que um Presidente opositor ao PT esteve no poder, o Impeachment foi requerido. Notem: aqui sempre foi chamado pelo nome correto, Impeachment.
Sites do Governo começam a tentar reescrever a história, chamando o Impeachment de Dilma, de Golpe. Lula mesmo, em viagem ao exterior, disse que o Brasil foi vítima de um golpe de estado em 2016. E muitos afirmam que não se retira um presidente democraticamente eleito do Cargo. Deixo uma imagem dos primeiros meses de 1999, no começo do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, para mostrar como o que Lula e o PT falam, não se sustentam:

Mas porque então em 1992 é chamado de Impeachment pelos Petistas e o de 2016 é Golpe? Acontece que em 2016, era Dilma Vanna Rousseff que estava na Presidência. E como todos sabem, ela é do PT. Ai um pedido ( na verdade vários unificados em um só ) tramitou - com lentidão imensa - no Congresso. Aqui o PT tratou, desde o começo como Golpe. Mas pera ai, como assim agora é Golpe e antes era Impeachment? Porque na carteira do PT, se for contra os seus isso é Golpe e ataque a Democracia. Todos sabemos como o bando odeia a Democracia, não é mesmo?
O Processo durou de 02 de Dezembro de 2015 a 12 de Maio, contando da aceitação do pedido até o afastamento de Dilma. Foram SEIS meses. Com Collor, repito, foram 31 dias. Notem como foram diferentes os tramites dos processos, onde ambos os presidentes foram afastados e com base na mesma lei, a N.º 1.079 de 1951. Esta Lei também serviu para a Cassação de Carlos Luz e Café Filho, ambos no ano de 1955. Logo, não existe embasamento para falar-se de Golpe. A não ser, claro, o mau caratismo.
Dilma, ficaria se defendendo no Senado até a votação final do processo, em 31 de Agosto de 2016, quase 1 anos depois da aceitação do pedido, Dilma Rousseff foi finalmente condenada a perda do Mandato de Presidente, mas... ao contrário de Collor de Mello, ela manteve seus direitos políticos. E é aqui que reside o ERRO, que viola não apenas a Lei N.º 1.079 e a Constituição Federal. Então, se existe um Golpe no Processo de Dilma, este foi dado por Renan Calheiros ( Presidente do Senado ) e Ricardo Lewandowski ( Presidente do STF ).
Collor ficou 8 anos inelegível enquanto que Dilma não ficou um dia. E em 2018 ela foi candidata ao Senado por Minas e... perdeu, ficando em terceira num pleito que em 2 eram eleitos. E notem: ela poderia candidatar-se a Presidencia em 2018, mas o PT que alude um Golpe inexistente, preferiu lançar Fernando Haddad. E em 2022 resolveu bancar Lula... gozado, porque se ela fosse tão boa assim, vítima de um cruel golpe, não era de esperar que o PT a quisesse de volta? Por isso que é imbecilidade e mau caratismo chamar Impeachment de Golpe.
Comments