
Neste sábado, dia 23, o Brasileiro mais conhecido no Mundo, completará 81 anos. Nascido em 3 Corações, Minas Gerais, Edson Arantes do Nascimento é uma figura e tanto. Dentro ou fora de campo. Muito se fala, de bom ou de ruim, dele mas uma coisa é certa: fala-se. Ninguém é indiferente aos seus feitos e aos seus erros.
Assim sendo trarei em 3 partes alguns dos feitos mais impactantes de sua carreira como jogador. E claramente, em campo, ele foi o maior de todos. Pois mesmo que não tenha sido o mais rápido, o mais forte, o mais técnico ou o mais decisivo, ele reunia todas as qualidades que diversos imortais tinham, mas apenas uma ou duas. Puskas foi mais genial, mas não tinha o físico. Cristiano Ronaldo tem mais impulsão, mas Pelé tem mais conquistas, Garrincha era o diabo dos dribles mas Pelé também enlouquecia seus marcadores. Ele reuniu tudo que os outros tinham e por isso, é o que é.
Hoje, falo do dia em que o Menino se tornou rei, ao marcar 5 gols nas partidas decisivas de uma Copa do Mundo. Isso com 17 anos e 8 meses de idade.
1958: o ano que o Mundo conhece Pelé.
O Brasil ainda revirara as chagas do Maracanazo. Zagallo conta que chorou naquele dia, ele que era soldado do exército e reforçava a segurança a beira do Campo. Didi que já era jogador, e poderia ter participado da Copa diga-se de passagem, relatava que jurou vingar aquele dia. E um garoto disse ao Pai que venceria uma Copa para o Brasil, tentando consolá-lo. O pai riu, parou de chorar e disse: tá bem Edson.
Bom todos sabem que falo de 3 dos 22 jogadores que conquistaram a Copa de 1958 na Suécia. O Velho Lobo, ainda vivo, certamente tem histórias para contar. O Príncipe Etíope, melhor jogador daquela Copa, nos deixou a muito tempo. E o garoto, não cumpriu a promessa feita ao Pai Dondinho em 13 junho de 1950. Ele a extrapolou: ganhou 3 Copas em 4. Feito este que ninguém nunca passou nem perto de conseguir.
Pelé era atacante do Santos, que já ensaiava ser o esquadrão que dominaria o Brasil logo a seguir. Aliás os colegas Zito, falecido, e Pepe estavam com Pelé na Copa. Mas ele quase não entrava na Lista e quase que Zizinho - seu maior ídolo - ia em seu lugar. Como seria a história sem Pelé naquela Copa? Pois é... ele entrou em campo contra a União Soviética naqueles que são os 3 minutos mais espetaculares das Copas. Os dribles de Garrincha em Kuznetzov são imortais, duas bolas na trave, defesas de Lev Yashin e o gol de Vavá em passe preciso de Didi. Pelé jogou bem e ficou no time. Seria decisivo a partir dai.
O Brasil marcaria mais 11 gols naquela Copa. Seis foram de Pelé. Acha pouco? Pois bem: ele marcou o gol que classificou o Brasil rumo a decisão, contra o Pais de Gales. Um golaço. Depois marcou 3, isso mesmo 3, gols contra os até então temidos franceses. Um mais bonito que o outro. Parecia atuar na Vila Belmiro com os santistas a lhe saudar. Pesar a camisa no seu corpo? Pelé sempre foi diferente. Como disse o saudoso Mestre Armando Nogueira: "se Pelé não tivesse nascido homem, ele teria nascido bola". Perplexos como um garoto massacrara sua seleção, os franceses disseram a frase eterna: "le roy" ou o Rei. O resto é história...
Ah, na final ele ainda marcaria mais 2 gols. Um deles com a genialidade e maestria do Rei. Chorou copiosamente nos ombros de Gilmar dos Santos Neves, de quem seria companheiro a partir de 1960 no Santos. E é até hoje o mais jovem campeão do Mundo e por 24 anos foi o mais jovem a entrar em campo e por 36 o mais jovem a marcar gol em Copas.
Ao voltar pra casa, deu a medalha ao Pai Dondinho. E os dois, de alegria desta vez, choraram. Estava vingada a derrota do Maracanazo. E o Rei, e o Futebol Brasileiro, foram descobertos pelo Mundo.
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