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Pauta errada no momento errado: Discussão do Voto Impresso emperra o país em meio a uma crise maior

Foto do escritor: Flavio VieiraFlavio Vieira

  • 15 milhões de desempregados. Um número ainda maior de Desalentados ( o que já não procuram mais emprego );

  • 563 mil mortos pela Covid-19;

  • Inflação em Alta;

  • SELIC em alta;

  • Combustíveis sufocando todos com preços nunca antes atingidos;

  • Pobreza se espalhando;

  • Economia precisando de Reformas para crescer em 2022 e nos anos seguintes;

  • Reforma Tributária, crucial para todos, emperrada;

  • Reforma Administrativa, vital para o futuro do Brasil, emperrada.

Todas as pautas acima são gritantes e impactam a vida de todos, mas principalmente o mais pobres que não tem lobby no Congresso e nem Sindicatos. Mas o Presidente da Republica, além de realizar aglomerações país a fora com dinheiro publico, só tem energias para um assunto: cobrar pelo Voto Impresso.


Um dos argumentos usados, praticamente o único, que ele usa é que o Sistema Eleitoral não é transparente o suficiente. Este argumento é frágil, praticamente risível, quando olhamos que ele colocou sigilo de 100 anos ( isso mesmo, 1 século!!! ) nas informações das visitas dos filhos no Palácio do Planalto. E o Exército fez a mesma coisa para o processo administrativo contra o General Eduardo Pazuello, que escapou ileso de uma obrigatória punição definida por lei. Transparência é para tudo ou transparência não é.


O Presidente tem uma base frágil dentro do Congresso Nacional, neste sentido ele deu a Casa Civil para um dos líderes do Centrão, com a inacreditável complacência dos seus seguidores nas redes sociais. Que eram contra o Centrão em 2018, mas agora... pois é, se o Presidente faz ou diz que é bom, é lei. Lembra em muito os petralhas, seguidores do Presidente Lula. Que coisa, não?


Outro ponto é que Bolsonaro foi seguidas vezes eleito pelas Urnas Eletrônicas e chegou a Presidência por meio delas. E não vimos qualquer contestação. Acontece que agora diante de uma derrota praticamente inevitável, ele resolve sacar esta sanha autoritária para obter dois resultados: a) manter seus seguidores motivados e atuantes nas Redes Sociais; b) esconder os muitos erros de seu Governo. Até aqui ele logrou êxito no primeiro caso. No segundo, as pesquisas de opinião mostram que não.


Quinta passada a Comissão Especial que analisou a PEC do Voto Impresso enterrou a patacoada: 23x11. Mas o que parecia ser o fim, ainda teve segundo turno: um relatório indicando o arquivamento precisou ser votado. Nova derrota dos defensores do Voto Impresso. Seria o fim? Não, o Presidente da Câmara, Arthur Lira, resolveu matar no peito e levar ao Plenário a decisão. Segundo ele, isso encerrará de vez o inútil debate. Possivelmente, mas isso trará um custo ao Brasil. Trato disso depois da votação, que deve ser esta semana, talvez até mesmo amanhã.


O fato é que o Presidente gasta energia num tema inútil e não o faz com temas urgentes e crucial para o Brasil. E não parará mesmo com a inevitável derrota da PEC do Voto Impresso após votação no Plenário da Câmara. Enquanto isso, o Brasil segue como uma Nau a deriva, porque o Comandante não quer liderar. E isso é lastimável.


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