No domingo, fazendo uma homenagem ao Mestre Armando Nogueira que nos deixou 12 anos atrás, ousei parafraseá-lo, alterando a frase dita a Zico para outros 10 jogadores que nem chegaram a jogar uma Copa. Ontem foi a vez dos estrangeiros, agora dos brasileiros. Aqui a lista dos 5, da qual ficou de fora Dirceu Lopes, porque a lista é de apenas 5.

5 - Arthur Friedenreich. Filho de mãe mulata com pai, obviamente, alemão, Friedenreich foi o Pelé de sua época. Autor do gol do primeiro título da Seleção, o Sulamericano de 1919 na prorrogação e que segundo contas nunca comprovadas, teria marcado mais de 1200 gols. Era tão goleador, que ganhou dos uruguaios o apelo de "El Tigre". Já era Veterano em 1930, mas ainda assim era titular da Seleção e seria nome mais do que certo na Copa do Uruguai. Até que uma briga ( quase eterna ) entre Dirigentes Cariocas e Paulistas o privou de disputar sua Copa. Como diria Armando Nogueira, pior para as Copas...

4 - Canhoteiro. Craque, elástico. brilhante, goleador... são tantas as menções a Canhoteiro que fica, a grosso modo, impossível entender como ele não jogou uma Copa. Em 1958 ele era, seguramente, o melhor dos 3 Pontas Esquerda daquele elenco inicial de treinamentos. Zagallo sempre fora mais tático e Pepe era mais explosivo, com um canhão no pé esquerdo. E estes foram a Copa, mesmo que Pepe tenha perdido a titularidade por contusão. Canhoteiro era um gênio, segundo alguns o Garrincha pela Esquerda. Ídolo de um São Paulo que tinha um tal de Mestre Zizinho, ele hoje é quase um desconhecido até para os tricolores. Mas merecia a vaga na Copa, isso é fato.

3 - Heleno de Freitas. Este não foi esquecido ou descartado por nenhum treinador brasileiro em Copas... mas sim vítima da II Guerra Mundial que impediu a realização das Copas de 1942 e 1946. Viveu seu auge entre 1940 e 1948 e poderia até mesmo jogar o Mundial em casa, mas já estava debilitado por ter contraído Sifilis, que o levaria a loucura. Ele morreria em Barbacena, internado num Sanatório, curiosamente, em 1958 ano da conquista da primeira Copa. Mas quem foi Heleno? Imagine um jogador como Cristiano Ronaldo que tivesse a mescla da genialidade de um Messi. Loucura? Bom, em se tratando de Heleno, tudo realmente pareceu loucura mesmo... Ele era formado em Direito e frequentava a alta roda da sociedade Carioca da época. Não foi, portanto, um jogador qualquer...

2 - Alex. Poucos jogadores brasileiros podem dizer que tem uma Estátua em sua Homenagem. Muitos tem bustos, mas Estátua mesmo... e somente um deles, tem uma fora do Brasil: Alex. Tamanha é a idolatria a ele, pelo o que ele fez pelo Fenerbahçe da Turquia. A imagem acima não deixa dúvidas. Ídolo também pelo Coritiba, onde foi revelado, do Palmeiras e do Cruzeiro, Alex é seguramente melhor do que vários jogadores que foram as Copas de 98, 2002, 2006 e 2010. Mas não foi a nenhuma delas, por mais insano que isso possa parecer. Futebol para isso ele teve de sobras... Preterido em 2002 por um jovem Kaká e uma promessa não confirmada em Kleberson, Alex deveria ter jogado, pelo menos 4 Copas. Mas, como sabem... pior para as Copas.

1 - Evaristo de Macedo. A foto acima diz muito sobre ele: vestir as duas camisas é coisa pra poucos. E o que dizer de ser ídolo dos dois lados desta briga arraigada e feroz? E o que dizer de, até hoje, participar das festas anuais de Veteranos dos 2 times? A lista das pessoas que conseguiram isso não chegam a 10, porque normalmente viram personas non gratas de onde saíram. E muitas vezes não se tornam ídolos verdadeiros do outro lado. Evaristo decidiu não se naturalizar Espanhol como fizeram Puskás e Di Stefano para a Copa do Chile em 1962 , porque dizia que não poderia ouvir outro Hino que não o do Brasil. Ele atuou na Espanha entre 1957 e 1967, e naquela época nenhum jogador atuando no Exterior era convocado para Seleção e os primeiros foram Falcão e Dirceu, para 1982. Acho que uma exceção para Evaristo teria sido mais do que justa. Segue vivo, aos 89 anos. E ainda venceu um Brasileiro pelo Bahia, em 1988. Lenda demais, não acham?
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